sexta-feira, agosto 21

Fim.

Andei pensando a respeito do que tenho que fazer, ou melhor, se tenho que fazer alguma coisa ou algo parecido. Mas se algo tivesse para acontecer, este algo provavelmente já teria acontecido. Teria mudado ou se transmutado a situação que está agora. Parei de contar os dias, eles não passam mais pra mim. A ternura do tempo é uma coisa tão complexa que quando você o vê de um ângulo diferente, descobre que o passar das horas não acontece pelo tique-taque do relógio e sim pelas coisas que você faz pra crescer e vê que essas coisas são as coisas que fazem com que sua hora passe. Que você cresça e desapareça.

E a minha hora agora está passando.

E crescendo.

E eu, desaparecendo.

Preciso de uma explicação para eu mesmo. E pra quem for me ler aqui também. Vou mudar de tema. Mudar de blog. Esse blog serviu muito para a minha vida! Serviu tanto que nunca vou poder esquecer ele e, mesmo que eu quisesse, ele ainda vai estar aqui para quando eu quiser revê-lo e olhar o que passei e quis registrar pela última vez.

Esse blog registra os piores – e os melhores – dos meus sentimentos, ele registra as descobertas e encobertas da minha vida. Registra coisas que eu não teria coragem de contar a ninguém e acabei contando e, por fim, registra segredos que não tenho – ou melhor, não tive – coragem de compartilhar. Mas é exatamente por isso que ele está mudando. Não é mais um “segredo”, não é mais uma cravelha. A chavezinha lá da palavra difícil que nem eu mais lembro o que significa. Eu quis viajar no tempo, me segurar forte naquilo que não pude soltar. No que não pude ter.

Todos os milhões de milhas distantes fazem sentido? As músicas postadas? Os amores ganhados, os tragos soltos, estragos perdidos e escravos cravados? Fazem!

Não há mais nada o que postar. Clareei-me.

E é como me sinto, como se eu estivesse destinado a bem mais do que um blog de desabafos que não consigo mais botar ordem. Que nunca consegui. Minhas palavras sempre foram muito mais forte do que pude agüentar, muito mais forte do que minhas letras poderiam escrever. E elas continuarão incrédulas, poderosas como sempre. Mas em outro lugar, já que este já alcançou a estabilidade máxima. A quantidade máxima de visitantes, a quantidade máxima de segredos expostos de uma pessoa que tinha medo de se identificar. Outro blog. Outra história, outro “quem sou eu” e outro perfil de alguém agora disposto a viver.

Será possivelmente o mesmo eu, onde provavelmente abordarei os mesmos ângulos com o medo de me apegar às mesmas coisas que me apeguei pra escrever aqui. Isso se chama humanidade.

Vou corar de vergonha, porque minha platéia imaginária é tão óbvia que ela não em idéia do quão transparente que é. Não tem idéia de que de vez em quando escrevo coisas simplesmente porque sei que ela vai ler. Mas isso não mais importa, visto que a partir da próxima escrita minha forma de falar muda.

E quando a manhã chegar, não vou dizer que preciso disso. Um segredo se fechou para uma porta aberta. O segredo que tanto guardei aqui vai ser exposto para uma vida menos medíocre, mais perto do que eu sou e longe do asco de se esconder por trás de uma imagem que não tem sentido nem vontade de assumir o que realmente é.

Foram sei lá... Alguns anos, talvez? Que me desabafei, que me descobri. Que gritei, chorei, corei, gemi, falei, sorri, vivi e morri. E isso fica aqui, ficando por ficar.

Primeiro porque uma pessoa influenciou minha vida a ser mudada, mesmo que ela não tenha consciência disso; e segundo porque eu já precisava disso e agora me sinto pronto pra me desgrudar da mão que me sustentou esse tempo todo.

Embora pareça que eu esteja congelado pela dor ou quebrando meu próprio coração, estou simplesmente me libertando. Saindo do berço pra crescer, pra eu mesmo me salvar dessa miséria que agora passou a me consumir.

Se alguém ainda lê isso e quiser a continuação e a “parte 02” de tudo o que escrevo é só me pedir. As poucas pessoas que sabem disso provavelmente são amigas ou ficaram lendo por ficar por conta de um ou outro texto o qual quis compartilhar.

E das pessoas, quis que poucas fizessem a diferença na minha vida. Umas ficaram, outras foram embora.

A vida mudou.

As pessoas mudaram.

Sentimentos mudaram. Alguns pra pior, outros pra melhor.

E se eu posso dizer uma coisa com convicção, é que com esses anos eu tive a conclusão mais sensata que eu poderia ter: a vida muda - e rápido! – como se fosse um compasso alegre de quando você se encharca brincando com uma água que desconhece. De um rio, lago, cachoeira, mar ou até a água da privada.

Você nunca vai saber que a água veio de lá se alguém te der uma taça pra beber, vai? É exatamente isso o que aconteceu comigo.

Ninguém nunca vai saber o que quero dizer se não buscarem a vontade de me descobrir. Mas isso fica de cada um, não exijo nem quero exigir nada de ninguém.

Por essa decisão, me sinto feliz. E não vou mudar – ou se mudar, não tão cedo.

E como ultima dica ao leitor, vai mais um conselho do que uma dica. Coisa que todo mundo sai dizendo, mas poucas pessoas têm coragem de fazer: ser feliz.

Sem ter medo de buscar algo que você pode alcançar com o sorriso estampado na cara, independente de quem você tem ou não tem ao seu lado. Sem ter medo da falha ou das pessoas que vão te derrubar no caminho. Sem ter medo de quem você ama porque essa pessoa pode te dar as costas. Sem ter medo de cair no chão, porque mesmo com a cara achatada e dolorida, você ainda poderá passar remédios, se recuperar e ficar ainda mais reluzente do que já é.

E pra isso, basta ser quem você é. Ou se não for... Faça o máximo possível pra agradar o seu gosto. Ser feliz é uma dádiva que comecei a alcançar!

Beijos!



quinta-feira, agosto 20

www.besta

só acha bonito.
porque não é.

nem tão breve será
quem perde o controle é geralmente quem fica na corda bamba, totalmente indeciso a respeito do que não quer dizer.



fica a dica.

quarta-feira, agosto 19

it's all the same.

Go ahead tell me you'll leave again
You'll just come back running
Holding your scarred heart in hand
It's all the same
And I'll take you for who you are
If you take me for everything
Do it all over again
It's all the same

Hours slide and days go by
Till you decide to come
And in between it always seems too long
All of a sudden

And I have the skill, yeah I have the will
To breathe you in while I can
However long you stay
Is all that I am

turu-turum pra você.

Bati tão forte e descompassadamente por uma coisa ridícula que não teve jeito. Rolou e não rolou. Alvo de uma citação tempestuosa. Sem motivo - ou com o motivo que me deram, claro. Não foi uma desculpa e eu não quis que fosse. Falar com alguém não é algo tão simples quanto parece e mesmo que aparente que você esteja morrendo de vontade, você se impede por não ver a necessidade de se humilhar por algo que não corre o mesmo risco de sua disposição.
É estranho não pensar. Não fazer comparações nem analogias do que já foi e agora é. Não vai sair coisa boa. Não sou acostumado a ser tratado como um estranho por alguém que fez questão de me tratar pelo oposto num passado marcante. E deixei. Sem medo nem carências. Simplesmente deixei.
Sem pensar nas consequências ou que isso seria algo que acarretaria por um problema futuro. Não vou dizer que foi injusto porque não foi. Foi justo! Aliás, foi justo para as duas partes porque os dois provavelmente não têm a mínima idéia do que deixaram de ganhar ou, no meu caso, perder.


Horas deslizam e os dias passam
Até você decidir vir
E nesse meio tempo sempre parece demorado
De repente

E eu tenho a habilidade, sim, eu tenho a vontade
De respirar você enquanto eu posso
O tempo que você ficar
É tudo o que eu sou

domingo, agosto 16

unidade.

Incrível o quão convincente pode ser nossa habilidade de acreditar no que não existe.

terça-feira, julho 28

kaboom!

Acho que vou me impressionar mais um pouco.
Uma despedida impressionado. Sei lá, um talvez inalterado. Uma dúvida pertinente, não sei nem o que pensar. Tudo sumiu, evaporou. Fez ausência na falta de presença. Explodiu, desabou. Derreteu, desintegrou.
Kaboom.
Acabou.

sexta-feira, julho 24

Mesmo que eu queira, eu sou forçado por mim mesmo a voltar atrás e continuar falando daquilo que não me faz bem.
Não quero me desgastar, mas acho que o que eu quis dizer eu já disse. Embora eu queira, não sei mais se consigo achar palavras que descrevam tudo o que sinto - ou o que deixo de sentir. Tudo se perdeu, a inspiração que eu tinha se afogou. Não gostei disso, vai fazer falta escrever a respeito de alguém que me inspira. Cansei de sofrer.

segunda-feira, julho 20

foram duas coisas (2)

Eu quis mostrar ao mundo que eu podia fazer o certo enquanto um amigo meu me mostrava que o que eu fazia era errado. Eu quis gritar aos meus textos a minha condição sexual enquanto ele gritava ao meu ouvido que achava isso totalmente ridículo, mostrando em todos os seus ritmos a dança com sua mão, a qual tratava o preconceito como uma luta impossível que ele não estava disposto a lutar; porque ele, naquela hora, não precisava. Ele era homem e odiava bichas - recitando as palavras dele.
Acho engraçado que o sonho da vida dele seja igual ao meu - isso se não for mais forte! - porque ele tem tanta capacidade no que ele sabe fazer que eu até me envergonho e fico embaraçado. Da mesma forma que ele escreve aquilo que ele sente, ele vai matando as personagens que ele cria e vai criando um desfecho perfeito pra elas enquanto eu, do outro lado, só consigo ficar lendo admirado todas aquelas ideias malucas e excitantes fazendo o que, no momento, era o que eu sabia fazer melhor: comer ruffles e tomar coca-cola. Impotência é foda.
Eu não preciso ficar detalhando as capacidades de escrita dele, mas mesmo sem me ver no direito de julgar umas atitudes da personalidade dele, eu vou julgar sem nem estar vendo as consequência. Espero honestamente que ele se perca de tanta indignação da minha parte. Falso moralismo é a coisa mais indigna que existe, é aquela coisa que consegue me fazer partir dos extremos entre o amor e o ódio.
Acho que ele conseguiu fazer isso comigo, comecei a sentir uma pontada de inveja materializada em nojo que eu simplesmente não conseguia escrever pra ele a resposta no msn - não sei se porque eu estava incrédulo ou se porque eu realmente não estava entendendo a situação.
E resumindo a história, ele foi um filhodaputa que fez mais uma filhadaputisse comigo. Por quê? Porque me fez ter certeza que a minha condição sexual era a errada, me encheu de preconceito e críticas a respeito de mim e de todos que são assim que fizeram com que eu me sentisse um lixo! Falou que isso era uma safadeza, uma pouca vergonha e todos os outros comentários blasé que as pessoas adoram utilizar pra falar disso.
Aquelas coisas provincianas que qualquer pessoa normal já está acostumada a ouvir. Tudo bem, até cheguei a me sentir mal por isso - eu juro! - e me senti mal porque eu jurava que ele era uma pessoa legal, uma pessoa que não diria o que disse se não fosse porque queria o meu bem.
Ele destruiu isso quando veio me falar que era gay também. Pra quê isso? Pra quê fingir um preconceito que não existe? Pra quê ficar todo feliz se explicando depois como se eu fosse adorar a história? Vi nele atitudes minhas e senti ódio por isso. Fui hipócrita, talvez o falso moralista aqui até seja eu. Mas não ligo, já superei a parte que eu sentia preconceito por experiência própria.
E quanto ao fato dele me contar isso agora, todo sorridente...Será que ele achou que eu iria querer ficar louco pra comer ele? Dar uma de prostituto incrédulo e jogar nele todo o meu charme que joguei com ódio e fúria nas batatinhas ruffles que comi? Ha-Ha ! Não sou besta, ele que vá pensando. Quando eu via ele, até fazia bolinhas na minha cabeça de tristeza... Por não saber que eu não podia ser amigo dele porque ele era preconceituoso.
Mas agora que ele me mostrou essa outra parte dele, a parte que ele não tem preconceito nenhum e a parte que ele é indiferente em relação a isso, me senti como se ele tivesse sido um falso comigo esse tempo todo, rindo por trás enquanto eu fingia que era uma coisa que ele jamais poderia entender por completo. E ainda disse " Ah, o que importa é o agora! " quando mostrei meu semblante de ódio.
Esse tipo de pessoa faz meu preconceito florear e grita tão forte em minha mente que eu não consigo impedir. Me faz ter nojo, me faz ter ódio; me faz criar garras que não tenho.
Eu que jurava que não conseguia partir dos extremos... Me surpreendi! E gostei disso, surpresas são sempre bem vindas. Só não sei se essa foi interessante, como ele mesmo disse que imaginou que seria. E como ele mesmo errou, achou que conheceria minhas atitudes. Pobre babaca, não sabe um terço da missa.

foram duas coisas (1)

Duas coisas que suponho que não soube lidar direito. Aliás, eu não suponho nada porque eu não soube dar direito mesmo e assumo o crime (?).
Mais uma noite que vou dormir mais tarde do que minha cara aguenta e, como recompensa do outro dia, acordei em sustos, espasmos ou seja lá como quiser que seja, sem entender porque no meu sonho minha prima tinha morrido atropelada. Isso chega a ser dramático, mas nem ligo; drama é o que não me falta, sei fazer um bom draminha e fazer um telespectador desligado assistir a toda a minha novelinha de quinta categoria - que talvez se encaixe a Cristal, Esmeralda ou até mesmo Floribella! - e prestar atenção.
É incrível como a mente humana funciona, é incrível o que ela me faz pensar. É estranho que um sonho que é realmente e inteiramente desligado da consciência faz a gente viver e virar algo que não somos, algo que na "vida real" não aceitaríamos e, em último caso, se fôssemos aceitar, no mínimo lutaríamos pra fazer do jeito que supostamente nos seria certo. Só que nesse sonho, só assisti o que acontecia. Eu não entendia nada, eu não queria impedir. Eu simplesmente estava assistindo ela se desligar de tudo aquilo que a tornava presente pra mim e eu nem ao menos um sorriso quis dar. Nem forcei dar. Acho mais prático até dizer que eu queria que o que aconteceu acontecesse.
E ela morreu, ali, aos meus pés. E eu não fiz nada, só me faltou chutar o corpo frágil dela. Vai entender...

quinta-feira, julho 16

então eu penso

Ontem parei pra pensar que eu queria um sinal do tipo: "continuo ou desisto?" e ao mesmo tempo que eu me perguntei, senti palpitando dentro de mim mesmo uma calma estranha. Ela me dizia que eu já sabia da resposta, dizia que ela me foi dita pela própria boca de quem deveria dizer. E involuntariamente, soltei um sorriso desconsertado; soltei um sorriso triste que se tornou algo quente dentro de mim, algo que de início eu não havia percebido.
Senti e percebi que o problema não era eu, que eu não tinha nada a ver com nada o que andava acontecendo. O problema era com quem tinha medo de assumir o que sentia. Esse medo nunca passou por mim, nunca coloquei o status por cima do que eu deveria sentir - ao contrário do que me fizeram antes.
Eu fui difamado - utilizando a melhor das expressões - por alguém que deu mais importância pra imagem que iria passar do que pra imagem que iria sentir. E se alguém ler isso, para pra refletir e vê qual das situções é melhor: passar uma imagem sem sentimento nenhum ou receber uma coisa com toda a intensidade, com todo o sentimento?
Agora mesmo que não seja tarde, seria tarde. Seria tarde pra explicar o arrependimento pro meio mundo que ouviu a história toda; é tarde pra explicar que todos os fragmentos dessa história tem dois lados - os quais não nomeio culpado ou inocentes, simplesmente falo que são as histórias que juntas causariam uma falsa harmonia por haverem disturbios de diferenças entre elas.
E eu percebi - e me vi perdido e sem esperanças, pela primeira vez - que somos diferentes.
Que é a mesma coisa que colocar água com óleo, que é o mesmo que pôr gelo no fogo. Não dura, não mistura.
Não bate nem combate.
Mas... Isso basta?


...

quarta-feira, julho 15

então pensa.

Seria ridículo pensar que consegue brincar com meus sentimentos e fazer meu coração palpitar simplesmente por achar que me dá a oportunidade de encontrar algo que eu não podia ver por um período temporário e que hoje já não posso ver outra vez porque me foi novamente privado.
talvez na tentativa de retomar o controle (?).
( ou de achar que tem o controle porque pra mim, como a própria pessoa disse, tomar uma atitude dessas significa que o outro ainda mantem algum tipo de controle. E isso faz todo o sentido agora, talvez seja mais uma de suas frases de impacto que me fazem presença. Que me faz ter a memória fotográfica. Que não me deixa esquecer.)



...

pra perceber.

Eu não sei mais se devo tentar entender certos comportamentos. Talvez eles nem tenham que ser compreendidos, talvez sejam simplesmente relapsos incoerentes da minha mente.
A cada vez que eu me juro que estou perto de alcançar a liberdade por dentro de uma mente que me foi trancafiada, um grito de desconfiança me surge de algum lugar e me faz perguntar: " O que é isso? Pra quê isso? Vai ter fim? Teve um fim? Me explica?"
E perguntas... Que eu acho que não quero saber a resposta. São simplesmente palpites, mas a cada dia que me encontro eu me vejo mais perdido do tão próximo de são que eu deveria estar. Ah, eu acho que não sei mais o que eu quero. Eu estou perdido, estou indeciso. Não sei de mais nada e muito embora eu ainda sinta algo forte a respeito de uma pessoa, todo o triunfo de ir falar com ela me sumiu. Evaporou, gozou para algum lugar que eu não quero descobrir. Se essa pessoa sente minha falta, essa falta é improvável; aliás, realmente devo ter algum tipo de mestrado em coisas improváveis. Confusão é algo que não consigo mais entender, a festa que deveria ter minha presença vai ser engraçada de tanta combustão.
Minha mente passa por um turbilhão de informações, ela quer que os dedos admitam algo que ela sabe que não é real e implora para que eu não somente sinta o gosto de chocolate amargo em todas essas situações ridículas e sim, que de algum jeito eu seja um pouco pollyanna e tente tirar uma coisa positiva de todo esse eclipse que me dá ânsia de vômito e me faz querer gritar e implorar pelo carinho de alguém que eu sei que não vou ter.

segunda-feira, julho 13

Mais uma Vez !

A falta se tornou natural, a saída se tornou informal. É simplesmente esse o passo que se dá quando você percebe que está tudo dentro do controle? Que você se supera, se supera... E quando vai ver, superou!?
Porque é bom me ver crescendo, isso é raro de se ver. Tendemos a olhar somente pro ânus dos outros ao invés de olhar pro nosso; bom ver que tenho evoluído e deixado de lado coisas que, de todo o bem que me fizeram, foram nada mais do que tentações temporárias em tudo o que eu cheguei a querer.
Não vou procurar manter um sentido.
O sentido que eu precisava passar, eu entendi.
E isso é só.

me adora

Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
No silêncio profundo me declarei
não desonre o meu nome

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer
Ou devo apenas sorrir
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora
Pra perceber...
Que você me adora

Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome

Não importa se eu não sou o que você quer
Não leve a culpa a sua projeção
Aceita a apatia se vier
Mas não desonre o meu nome
em outra voz não vi algo que se encaixasse tãao bem!

sexta-feira, julho 10

hoje em dia...

A passagem de um dia difícil é clara, não é mais exceção dentre todos os outros dias. As crises familiares e pessoais andam me levando muito tempo e muita força. Aliás, muito mais do que eu aguento ou possuo. Eu não quero ser único nem fazer uma sutil diferença, mas a verdade é que todas as pessoas têm o problema que lhes foi dado e elas têm que lidar com ele sem poder reclamar. Podem até reclamar, mas de nada vai adiantar; vão continuar sendo problemas até que essas pessoas possam superá-los.
Se for pra eu ser honesto comigo mesmo e com quem possivelmente ler isso, eu teria vergonha de relatar meus problemas. Podem parecer fantasias esquisitas ou simplesmente sonhos infantis, mas a verdade mais do que nunca é que eles estão mais presentes do que eu mesmo posso assumir.
Esse é o meu ponto final nessa história, embora eu ainda ache que eu vou escrever um pouco mais a respeito disso... Não vou me sentir culpado, a culpa é um sentimento que não passa na minha cabeça; simplesmente sou incomodado pelo receio e o sexto sentido de que as coisas poderiam ter sido diferentes. Isso sim, ainda perturba minha mente. Não obstante, acho que esse é o fim porque se a pessoa escolheu que eu fosse bloqueado de todos os meios, é porque ela realmente não queria nem mais saber que eu existia. E eu já fiz isso e eu realmente - com toda a sinceridade! - espero que ele não se arrependa do jeito que eu me arrependi porque esse arrependimento é uma das piores coisas que já senti.
E por pior que seja a forma que eu vá assumir algo, desta vez eu perdi totalmente a esperança de encontrar com minha pessoa do outro lado da esquina.
Eu perdi totalmente a vontade de sorrir e dizer de boca cheia o quanto essa pessoa valia para mim.
Não tenho mais nem como dizer que sinto a falta porque o 'canal' foi bloqueado. Fico contente por um lado, porque acho que é melhor assim; acho que assim eu 'evito' ter que ficar esperando por uma conversa que não vai acontecer. Mas por outro, é ruim. É tão triste, tão desgastante... Tão "falta de sono" que me faz perder as comparações.
Eu perdi a energia de escrever coisas bonitas e desesperadas - porque era isso o que eu fazia, mesmo que a maioria das coisas escritas não tenham chegado aonde deveriam! - e isso me fez sentir um vazio imenso; perdi muita coisa que só descobri que tinha depois de perder e, o pior de tudo, me vi na pior desgraça possível de perder o sorriso de uma pessoa que me mostrava o paraíso simplesmente com o olhar.

terça-feira, julho 7

exposição não.

Outro dia aconteceu um fato meio "reflexivo", mas que não posso deixar de comentar. Uma amiga minha disse que não teria coragem de fazer o que eu faço, de criar um blog e sair contando nele tudo e todos os fatos de sua vida. Disse que isso era muito exposto, que era perigoso e que ela não teria coragem de expor seus problemas - ou conquistas - para pessoas que ela não conhecia.

Eu pensei a respeito disso, como eu já havia pensado antes quando outras pessoas me disseram isto. Acho que a conclusão foi a mesma e por isso a exporei aqui, visto mais uma vez que ela é interessante.

É muito bom você arranjar um jeito de expressar seus problemas, é ótimo quando seus problemas saem da sua mente de uma forma que você já se acostumou. É muito bom quando você sabe que pode registrá-los e olhar daqui anos o quanto você se superou! É ótimo você olhar para o passado e ver que aquilo que você escrevia antes não te aflige mais. Tudo bem, tudo bem.
Escrevi tudo isso pra quê? Pra deixar claro que tudo o que faço aqui é única e exclusiva vontade minha, que ninguém no mundo me obrigou a fazer isso ou deu idéias loucas a respeito do que eu deveria escrever. O que acontece aqui - e muitas vezes! - é eu acabar me expressando por fatos que ACONTECERAM ou que eu QUERO que aconteçam.
Quanto à parte de todos lerem, eu me tranquilizo. Seria um problema se eu divulgasse porque aí sim todos saberiam o que acontece comigo.
Escrevi tudo isso, mas a resposta podia sair da ponta da minha língua junto com todo esse meu discurso político.
A verdade é simples, é muito mais simples do que tudo isso.
Garanto que se eu fosse um telespectador, o meu "eu" não me deixaria ver a vida; o real é que somente as pessoas que eu confio minha HISTÓRIA podem ter acesso a ela.
E se tiver alguém que lê esse blog - ou alguém que ainda se lembra de que "cravelha" é a chave do segredo - é bom ficar feliz, porque nesse alguém eu confiei algo que eu não confiaria nem em mim mesmo.

tempo

O melhor a se fazer agora é se tornar amigo do tempo. Ele, é claro, se torna favorável se você souber como utilizá-lo. Se não souber também, é só não se preocupar porque uma hora vai aparecer algo que vai te forçar a usá-lo - seja por bem ou seja por mal.
Eu decidi por eu mesmo que iria dar um tempo em tudo aquilo que me lembrasse de algo que não me faz bem, de algo que se eu lembrar vou ter lembranças que não vou gostar. De algo que se tornou indispensável e de algo que, mesmo que eu me esforce ao máximo para fingir que nunca existiu - ou que existe! - ele sempre estará lá, ao meu lado ou talvez até um passo a frente do meu.
Decidi que vou usar esse mês de calma para me acalmar, porque mesmo que eu me esqueça de algo por enquanto ou faça qualquer tipo de sentimento "congelar", eu sei que é extremamente perigoso eu voltar e do nada ele aparecer como se nunca tivesse existido antes - o sentimento.
Ah, eu não quero me culpar. Quero o meu melhor, quero o melhor dele também. Quero tudo o que seja bom, quero o egoísmo total em poder gritar "fica bem" quando eu mesmo sei que não consigo ficar.
Eu vou me superar, eu sei que tenho a capacidade para isso! Sei que posso fazer o que acho que é melhor para mim, sei que meu melhor não vai somente me afetar e sim vai afetar a outras pessoas também. Boa sorte para mim.

domingo, julho 5

choque-se!

Estranho quando achamos que não pode acontecer mais nada que nos obrigue a ficar chocados e mais estranho ainda é que as pessoas se forçam a botar um papel de superioridade que elas não conseguem.
E isso dói, dói muito!

quarta-feira, julho 1

segundos diarios

Penso com tristeza, sabia? Penso com tristeza sim, mas não com aquela tristeza que eu sentiria por me arrepender de algo... Não, não é isso; não me arrependi de algo, eu jamais me arrependeria de ter sentimentos por alguma pessoa. Minha tristeza é outra e acho que ela - a tristeza - é egoísta.
Acho que eu sou egoísta porque mesmo que não pareça, mesmo que não me tenha sido demonstrado e mesmo que eu não queira acreditar nisso, não fui o único que sofreu e ficou triste. E isso é ruim, eu juro que se eu pudesse eu roubava essa dor e guardaria tudo para mim; sempre me pego pensando nessas passagens e toda vez o fundo é contorcido de algum tipo de tristeza. E não gosto de pensar nas idéias negativas, elas fazem lágrimas escorrerem. Não gosto de pensar que essa pessoa possivelmente sofre o mesmo que eu sofro, não gosto de pensar que faço falta e nem gosto de pensar que ela também se arrepende de tudo da mesma forma que eu me arrependo.
Eu prefiro acreditar que ela está bem, prefiro acreditar que essa pessoa soube superar tudo de uma forma interessante, prefiro acreditar que ela nunca teve problemas com isso e prefiro acreditar - acima de tudo - que sou homem o suficiente pra sacrificar tudo o que eu sinto simplesmente pela certeza de saber que isso valeu a pena, mesmo que da pior forma possível.
Eu sei, eu aprendi. Isso se chama crescimento e eu parei pra pensar que, se eu faço algo ou deixo de fazer, se estou ou se não estou afim, se quero ou se não quero um beijo - incluindo dúvidas cheias de ' sim e senão ' - cabe simplesmente a mim decidir.
Sou inevitável, eu acho. Mas não ligo, eu quero que essa pessoa se surpreenda mais do que eu mesmo o fiz, quero que ela seja feliz ao lado de quem a mereça e quero - do fundo do meu coração! - ser lembrado não por alguém que não teve coragem de assumir o que sentia e sim por alguém que fez o possível pra demonstrar o que sentia sem necessariamente ter que assumir esse sentimento.
algo faz falta.




coragem, eu garanto, não me faltou.
simplesmente optei por não revelar isso.
e isso não pode ser considerado um crime.

segunda-feira, junho 29

demais, ou mais, ou a mais.

me empolguei demais.
demais, demais.
mas foi demais, foi a mais e eu repito que não acho isso nada demais e embora achem que o 'mais' não seja uma somatória neste caso que eu cito, acho que ele não tem sentido se vindo sozinho ou desacompanhado da única tristeza que ele poderia ter: o 'menos'.


é só eu não me empolgar pra sair dizendo ' mais mais ' que nem andei fazendo, porque aí só vou atrair o ' menos menos. '
mas até então, nem ligo.
não acho que seja algo a mais para se acrescentar, meu livrinho já se fechou.antes mesmo de eu ter a oportunidade de dizer que a história terminou antes do tempo, antes mesmo de eu dizer se ela era demais.
nada mais.

sábado, junho 27

grita, vai.

Grita alto pra ver se alguém te ouve, grita alto pra ver se não vai perder a paciência; grita alto pra ver se você não destrói o resto das flores que ainda restam no jardim. Grita alto pra ver se você não se fura com a própria voz, grita algo pra ver se nossa trilha sonora não muda, grita alto pra ver se o sinal de alerta ainda funciona e grita alto pra me provar que você não é nada do que eu penso que é.

domingo, junho 21

Quero me sufocar, mas não é de raiva. É de alegria, é o sufoco nervoso que faz com que a falta de ar seja simplesmente o que ela realmente é: uma falta de ar.
É um sufoco de alegria que faz com que você pule de felicidade, faz com que você se torne mais vaidoso do que você já é e faz com que você perca a pouca noção de tempo que você tem.
É um sufoco que faz você se perder, que faz você procurar por coisas loucas e bonitas e faz você ficar falando em círculos repetidamente.
Você se torna redundante e, com isso, acaba se tornando dispensável. Mas essa não é a parte ruim, porque a parte boa é muito melhor que isso: você se vê não somente como um líquido que encontra o recipiente perfeito, mas aceita a sua condição de inutilidade. Você se vê como você realmente é e não liga para o que os outros pensam. Você aceita, convive e é feliz com isso.
E não encara a verdadeira realidade da vida que você mesmo criou sem saber.

quarta-feira, junho 17

flower

eu não vou dizer que a flor que me despedaçou tinha espinhos; vou dizer que aquele espinho tinha uma flor linda por perto.



e é bom que saibam disso, tudo vai ser difícil e chato se eu não correr atrás; mas é minha decisão, às vezes passar pelo difícil requer um nível mais interessante. Requer crescimento.
E eu acho que tenho crescido.
Porque essa flor que supostamente me destruiu me mostrou partes de mim que nem eu sabia que podia explorar.
E por isso, mesmo que anonimamente, tenho profundo agradecimento.

Amiga

É difícil não sentir falta de uma pessoa que te apoiava em todas as suas decisões, que te xingava quando achava ser necessário e que se mostrava sua amiga em todas as situações. É estranho que ela tenha se afastado porque a vida assim o escolheu, que ela foi para um caminho que eu ainda não estava pronto para ir. É estranho que ela seja quem mais faça falta na minha vida hoje, é estranho que ela seja a única pessoa que eu quero jogar todos os meus problemas em cima, dizer "que se dane, resolve!" e saber que ela resolveria tudo e me daria tudo em um estado ainda mais perfeito, porque eu sei que ela é do tipo de pessoa que posso confiar tudo em mim e mais um pouco; é uma das poucas pessoas que confio a minha vida.
Dizer que amo ela é o máximo que eu posso fazer, tudo se complicou. Ela foi para um canto que não consigo mais achar e, mesmo sabendo que ela voltaria por mim, nossa amizade se enriquece ainda mais porque mesmo de olhos fechados, nossa base de fofocas e amizade ainda continuaria intacta e eu sinceramente diria que amo ela mais ainda por isso.
Ela é tudo o que eu não sou.
Ela é tudo o que eu sou.
E de alguma forma ridícula, nosso ódio primário se transformou em um amor primordial que eu não consigo entender até agora. Ela é a pessoa que mais faz falta na minha vida e é simplesmente aquela que eu lutaria até o último segundo pra nunca perder.
Obrigado por me ajudar a me sentir vivo e por ser uma amiga que eu não trocaria por nenhuma riqueza desse mundo.

segunda-feira, junho 15

...

Cansei de tentar fazer a diferença, que diferença faz se quem tem que ver fica se escondendo por trás da hipocrisia?
Nenhuma, mas o que eu sei e sinto é verdade: não sou o único que está se remoendo com toda essa passagem inquieta e com certeza não me arrependo de nada, até porque, me arrepender por ter sentido algo que nem eu sabia que sentiria não é algo digno; é fugir de quem você realmente é. Cresci ao ponto de não me esconder por trás de uma máscara que é tão falsa que já não consegue mais mentir as aparências.


Não vou correr atrás, é claro. Vou deixar todo esse sentimento se desgastar até eu mesmo descobrir que deixei de sentir tudo. E não quero que corram atrás também porque se eu for pensar bem, eu que sou eu não movi um músculo pra isso melhorar ou piorar. Fui parasita e não posso exigir nada de ninguém.
Como uma amiga minha disse, as pessoas podem continuar legais como sempre foram, mas as bocas sempre têm dois lados: o lado que seduz e o lado que destrói.
E aparentemente eu aprendi a conhecer esses dois lados e, pra falar a verdade, não gostei de nenhum deles, mesmo sabendo que eu não tenha me apegado o tanto que eu achei que iria me apegar.

Embora estar perdido por causa de alguém inicialmente pareça uma idéia mal-instruída, eu não sinto que eu consiga derramar sequer mais uma lágrima. Eu não consigo acreditar nas idéias das pessoas, não consigo acreditar que fui trouxa. Não consigo acreditar que fui iludido, não consigo acreditar que fui tão tonto ao ponto de querer me entregar como nunca eu quis antes e, por pior e mais real que seja, não sei e não vou saber entender porque diabos quis entregar tanto meu sorriso por alguém que conseguiu destruí-lo com a maior facilidade do mundo.

sábado, maio 16

flor de poliana.

Entre um nariz quebrado e um sorriso falso
Entre brigar e fugir de cena
Entre assassinato e diplomacia
Entre regressão e fim da terra
Entre brutal e realidade de compor-se bem
Entre gritar e puxar as rédeas
Entre ponta dos pés e andar com um passo falso


Entre violência e o agitado silencioso
Entre meu punho e minha flor Poliana
Entre "vá se foder" na sua cara e tá tudo certo
Entre guerra e negação

Entre voar vasos e chorar secretamente
Entre soltar canhões e sempre andar para baixo
Entre hematomas e todos eles diferentes
Entre estar tomado a cozinhar.

O que estou fazendo com todo esse fogo?
Você está me entendendo neste lugar?





agora estou avisado, não quero nada racional.

antibiótico.

É recompensador se segurar na corda bamba quando você sabe que está tudo simplesmente pendurado por um fio, tudo preso dentro de uma hipocrisia barata criada por alguém que você nem sabe que existe - não pelo fato de ela não ter nascido e sim pelo fato de você não conseguir reconhecê-la.
Passei da fase vil para entrar numa fase monótona.
Passei da fase "gente, olha pra minha cara de coitado; o que eu fiz pra merecer isso?" e entrei na famosa frase " e agora, quem é que está comigo e quem é que vai ficar comigo pra sempre?"
Paro pra pensar o quanto sou estúpido por ficar me removendo de tudo por coisas que não valem a pena se deixar ser remoído. Acho que tenho crescido bastante, acho que estou descansado o bastante pra saber o que desce e o que sobe; sou grande o suficiente pra não ter mais receio de tirar a mão do bolso com medo de perder o conforto, sou grande o suficiente pra saber que estou bem assim, que a tontura que eu sinto ao dar uma tragada no cigarro que comprei na esquina da minha casa é a melhor tontura da vida, que o espirro depois de um banho gelado não é nada mais do que a consequência de algo que eu já sabia que ia acontecer.
Sou grande o suficiente pra saber que, por mais que eu tenha crescido e me envolvido - ou desenvolvido - tem coisas que simplesmente são tão novas que parecem que são sempre a primeira vez, com a comparação chula e fútil de que tudo é um prato de entrada.
É sorrindo que a gente descobre até onde o brilho dos olhos chega e, com isso, o final colossal chega com a sequência proposital de me agradar por eu descobrir que toda essa minha psicose é simplesmente uma fase para eu ampliar minha coragem.

segunda-feira, abril 20

imp[L]osição


Dei-me conta que sou o espetáculo, a platéia e os próprios fãs.

Percebi que as pessoas mais distraídas da platéia só visualizam meu espetáculo pelos contornos externos.

Espantei-me ao assoprar e ver que meia dúzia de inquilinos permaneceu no mesmo lugar, esperando pela maior das ventanias pra passar tudo comigo.

Vi seu cabelo balançar.

Adorei a idéia de poder usá-lo como escudo e saber que ele o faria com o maior prazer.

Excitei-me com a idéia de que isso era recíproco.

Perguntei-lhe porque essa mania louca de se identificar com aquilo que é perigoso.

Arrependi-me instantaneamente e pedi perdão; implorei para que ele não desse a resposta e ele pareceu entender o meu apelo.

Pude sentir de longe o gosto da tangerina, o sabor da fruta podre, proibida e tão parecida com aquilo que outrora me identifiquei, alegando que o mesmo era parecido com a minha bendita tangerina em todos os aspectos. Meu objeto identificável era saboroso e a partir do momento em que inspirei o seu mais doce aroma – mesmo sem tocá-lo internamente – senti que minha cabeça delirava, meus olhos reviravam e minha vontade pelos toques íntimos de seu lábio carnudo e suculento implodiu.

Agora vejo como minha obrigação acordar e minha sina se transformou num oceano aberto a novas descobertas.

Minha orientação simplesmente se estreitou no objetivo ‘não-tão-mais-secreto’ de olhar da forma mais selvagem nos seus olhos e arrancar deles tudo aquilo que você arrancou de mim tão linda e brutalmente.

sábado, abril 18

Eu simplesmente não sei mais no que pensar. Passei a acreditar de que eu não sentia mais nada pelo 'passado', mas o passado ainda se faz presente quando o vejo preso em uma jaula que eu mesmo criei; isso me tira a compreensão, me faz pensar que não sou eu quem está no controle e sim ele, mesmo dentro daquela cláusula perdida.
Eu mudei muito, eu não morro mais de paixão por alguém que nunca se importou comigo; eu cresci, fui obrigado a fazer coisas que eu hoje me arrependo - não pela falta de contato e sim porque acho que fui meio ridículo em certos aspectos. Quis mostrar superioridade mas apenas mostrei sentimentos egoístas. Hoje eu me olhei no espelho, tirei fotos e simplesmente descobri que eu não estava do jeito que eu julgava estar. Meu olho se entristeceu e utilizou de um charme místico que até eu mesmo me encantei; li textos antigos, textos que eu deveria ter mandado para a pessoa que eu não demorei a me apaixonar mas que demorei a desapegar. Fiquei com ódio, era tudo tão limpo, lindo e aceitável; era uma paixão tão pura, tão inocente e vazia de qualquer sentimento escrupuloso que nem eu mesmo pude acreditar; depois do ódio, me vi feliz - não por ter me apaixonado - e sim por ter escrito coisas que eu queria que me fossem escritas. Hoje eu estou bem, mas quando fui cavar por essas besteiras bateu um desespero interno que pulou desesperadamente na primeira oportunidade.
Há outra pessoa que anda me encantando, mas o medo do erro me consome mais do que a vontade de que tudo dê certo; sou pessimista, isso é ridículo. Eu não deveria fazer as coisas assim, é praticamente dar atestado de óbito antes mesmo de se ter um falecido. São apenas experiências que não foram bem vividas, são histórias que eu mesmo não quis participar.
São coisas que, sei lá, a vida exprime como se fossem uma laranja onde o bagaço é simplesmente o começo da vida.
Eu não me cansei... simplesmente acho que estou limpo de qualquer coisa que tenha passado por mim antes; não sinto ódio dele, mas também não sinto amores. Sinto-o como se ele fosse alguém normal, como se eu sinceramente não o conhecesse. Não consigo - por mais que eu tente - sentir qualquer traço de afinidade. Nem ao menos consigo sentir desprezo!
... só preciso descobrir se isso mudaria se eu tomasse alguma outra atitude.

quinta-feira, março 19

descabimento (?)

Ando me sentindo como se eu fosse um volante - de algo, alguém - o qual é pequeno mas que sem ele o carro poderia até andar, mas não teria direção nenhuma e consequentemente iria acabar batendo. É algo que me realmente não sei se me irrita nessa rotina estranha.
Eu ando pensando que escrever nas trocas de aulas, palavrear e inventar frases de concordância simplesmente esquelética no meio das aulas chatas virou uma síntese de apnéia; nem consigo mais mudar isso e, pra falar a verdade, eu nem tento.
Qualquer pessoa, seja ela quem for, pode dizer que acha que falso moralismo é uma das piores coisas que poderiam existir. Então como que um professor desatento que dá matéria de ortografia simplesmente consegue errar palavras idiotas, cometer erros ortográficos gravissimos e vergonhosos e falar que o que eu escrevo - bem eu que levei a escrita como um vício, um desabafo e algo mais - não sei escrever direito?
Eu começo a pensar, sabe... Em escrever coisas, em escrever algo pra ativar meu calibre e botar minha potência pra funcionar como ela nunca funcionou antes pra poder provar minha rotina floral. É claro que sei que não preciso dar provas de nada pra ninguém, mas eu penso desse jeito porque gosto de ultrapassar meus próprios limites; gosto de fazer com que eu mesmo tenha orgulho daquilo que eu faço. Ninguém liga pra isso, ninguém nunca ligou.
E entre pensamentos de convulsões e conclusões, cada ponto desenhado na última linha do texto vai me dando idéias do que escrever na linha seguinte, do que colocar no próximo ponto ou do que falar na próxima idéia. Tem dias que simplesmente saem do nosso controle, a gente parece nem entender direito o que se passa. Não direi que hoje é um deles porque ainda o mantenho sob controle, mas não ganhou vida apesar do pouco tempo.
E quanto às crises de falsidade, não quererei gente ignorante querendo que amanhã eu faça o óbvio que não vou fazer; é claro como a água que não vou encobrir ninguém e que não farei com que eles se abençoem com minha 'graça' de bondade; até porque, o que eles sabem já tá dito. E se forem depender da minha 'graça de bondade', vão esperar sentadinhos.
Vou dar uma de desentendido como eu sempre fiz e vou dar um jeito de fugir do assunto; dar um jeito de me desencontrar denovo (?) e fazer minha mente acreditar que esse é só mais um dia estranho da minha rotina.
Ao outro, não quero dizer nada por enquanto. Parece divertido.

quinta-feira, março 12

esperteza'

Me curei dessa condição, agora não sinto nada; ou melhor, só sinto uma necessidade implacável de saber o porque disso tudo.
Não tenho motivos e nem quero ir atrás deles; tô bem - aliás, muito bem - assim. E eu nem mudaria minha ignorância.



until you love me.

quarta-feira, março 4

desprezo, desabafo.

Existem coisas que fazemos em nossas vidas que certamente deixam de ser notadas pelo lado positivo porque a pessoa não quer que esse lado positivo exista; ela se contenta com o negativo, por pensar e querer acreditar que ela é a certa e que a outra - a pessoa que tomou a atitude - é a pessoa que fez a decisão precipitada e que vai se arrepender.
Talvez eu até me arrependa, mas eu não vou voltar atrás. Tive motivos suficientemente plausíveis pra fazer isso e eu vou colocá-los aqui porque quem deve ler provavelmente não tem esse link - ou se tem, é um link 'perdido' - e não vai ler, mesmo.
Eu quero me explicar, quero dar razões de ter excluído todos os rastros de contato que poderia haver entre 'nós' e eu não vou procurá-lo por isso para não parecer que ainda quero algo com ele porque, sinceramente, depois do 'tudo' que aconteceu, eu não quero mesmo e ele não é a pessoa certa pra mim. Mas quem escolhe a pessoa certa? Ninguém e se ele provavelmente fosse tão certinho eu não iria ter me apaixonado tanto assim.
Eu não tenho um motivo besta pra ter excluído ele da minha vida; aliás, são dois!
Quando você está apaixonado e conta pra pessoa que você gosta que está sentindo isso, é como se um clímax de energias invadisse seu peito e é como se você não soubesse exatamente o que esperar; de início, ele foi perfeito. Mas depois de umas conversas de seu desabafo pessoal a respeito de seus problemas, jogou na cara que o que eu sinto não vale absolutamente nada e isso realmente me fez querer matá-lo e consequentemente o fez descer no meu conceito; ele não precisa gostar de mim, eu nunca exigi isso. A única coisa que eu queria, mas queria sem ter que pedir, era o respeito.
E isso ele não mostrou.
Aí tudo bem, eu 'relevei'. Deixei passar, fingi que não aconteceu e ele também não voltou atrás pra pedir desculpas; talvez porque fosse orgulhoso como eu ou talvez porque não tenha percebido que eu fiquei magoado; acredito na segunda hipótese, ainda acho que ele me magoou sem querer. Mas o fez.
Passou um tempo, não muito tempo, algumas semanas... O suficiente pra eu querer me afastar dele. Depois, como quem não quer nada, visito o álbum do meu amigo de escola e vejo que - olha que surpresa! - quem está dando em cima dele?
Esse menino que eu, supostamente, deveria gostar. Não é pra se ter raiva? Além de não respeitar o sentimento que tenho por ele, dá em cima do meu amigo. (?)
Quando você gosta muito de uma pessoa a ponto de saber que futuramente ainda vão acontecer outras coisas que vão te magoar, talvez a pior decisão seja a melhor. Eu gostava dele, eu gosto muito dele. Muito mesmo. E abrir mão do único direito de ter contato com ele pode-se dizer que machucou.
Só que, obviamente, desta vez não vou correr atrás e tampouco ele também vai; e se fizer, não vou poder fazer nada. Não o quero mais, apesar de ainda gostar muito muito dele.
O pior - ou o melhor, não sei ao certo o que isso é - de tudo é que ele acha que essa atitude que eu tomei foi algo de uma mente infertil, algo digno de uma criança boba que quer fingir que essa pessoa nunca existiu, que foi algo premeditado e 'planejado'. Eu nunca planejei me apaixonar, nunca planejei que ele desrespeitasse meus sentimentos, nunca planejei que ele desse em cima do meu amigo e nunca planejei que eu teria de chegar a esse ponto. Mas eu cheguei.
Me arrependo? Não. Isso não!
Não sei se tenho motivos pra não querer me arrepender e não sei se tenho motivos pra dizer que essa experiência foi uma coisa boa, mas o que sei é que mesmo sem saber ele me fez crescer um pouco.
E as coisas boas, ninguém vê: ninguém vê as indiretas dentro de cada fio de linha composto numa frase que eu invento, ninguém viu que eu contei até praticamente o dia do seu aniversário pra simplesmente poder dar meus parabéns e ter uma desculpa pra puxar assunto, ninguém sabe que as pessoas que eu beijei depois dele foram todas pensando nele. Ninguém sabe, ninguém quer e ninguém nunca se importou em saber.
Ninguém nenhuma vez veio perguntar como eu tava, se eu tava bem, se superei tanto sentimento ou sei lá o quê.
Ninguém nada...
Depois de tudo, eu não me assusto. Eu já esperava uma reação dessa, já esperava a ignorância nos olhos de quem nunca se importou de saber a verdade. Eu já esperava...
Já era esperado que toda a culpa fosse jogada em mim como se eu fosse o errado. Mas nessa história, convenhamos, talvez eu tenha sido um pouco criança nessa atitude porque sei que ainda vou me encontrar com ele por termos amigos em comum. Se eu quisesse extinguí-lo de verdade, eu teria de apagar meus amigos e isso não sou nem louco de fazer. hahaha.
Quis deixar claro que tive motivos pra fazer isso e quis deixar mais claro ainda que se eu não precisasse eu não teria de fazer isso; daqui a pouco faz um ano que não o superei.
uma filhadaputisse minha, confesso! Mas isso não vai mudar; ele não é nem metade da pessoa que eu achei que ele era, meia dúzia de amigos disse isso.
Mas parece que é inflexível o que sinto e por isso mesmo decidi que ele não serve mais nem pra ser meu amigo. Não o quero ofender, ele é perfeito pra quem merece ele.
Melhor assim; despedidas não são felizes.

terça-feira, fevereiro 24

amor dela.

O tempo passa como uma brisa na praia, o esquecimento é impensável eu simplesmente não consigo acreditar que hoje faz um ano que ela se foi. E ela continua aqui comigo, tão perto que praticamente consigo tocá-la.
Eu consigo ver a vaga luz de tristeza de seus olhos em meu pensamento e o sorrisinho torto entre todos os problemas da vida. E podem fazer um, dois, dez ou vinte anos: vai ser sempre a mesma coisa, sempre a mesma surpresa do tempo imperdoável e sempre vou querer não querer acreditar que ela não está mais comigo; conosco.
É tarde demais pra dizer que a amo, mas pelo menos dessa carcaça ela já se libertou; e não foi só ela quem se libertou, sua passagem por aqui fez pelo menos mais uma meia dúzia de pessoas darem valor à vida que tem. Foi preciso e ainda é preciso uma dose impenetrável de inteligência pra lidar com a falta e a coragem de viver com tal arranque.
Foram doze anos, "doze incontáveis anos e doze incontáveis" aprendizados.
A dor é insuperável e insuportável, mas o desabafo inevitável. E por mais duro e clichê que possa parecer, praticamente tudo o que faço ou farei nessa vida é e será por ela. Quero que ela me veja - seja lá de onde estiver! - e tenha orgulho de mim.
Eu amo e sinto falta dela e por mais que eu já esteja parecendo estar cansado de falar, isso vai sempre continuar sendo imutável e inflexível.
E nunca mais haverá uma véspera feliz do meu aniversário.

domingo, fevereiro 22

atividade

Vou amanhecer fechando os olhos, vou madrugar na minha mente de luz e vou perceber que este meio de vida utilizado é o simples e o monótono esquema de fuga, onde as pessoas preferem acreditar no que a mente impõe e nos faz crer que essa utopia existe, negando-se de encarar uma realidade totalmente diferente e distorcida do que se pode imaginar.Eu aprendi que a dor não é indolor, que os flashs de alegria perto de quem você quer não são mais do que um momento em uníssono que você e somente você vai poder guardar pra sempre. Aprendi que a gente não pode desperdiçar uma chance sequer e constatei que quanto ao amor, a gente só vai conseguir ser feliz se pensarmos em amar a quem nos ama.

Porque se a pessoa for seguir o próprio coração e for correr atrás da pessoa que ama, pode acabar tropeçando no meio do caminho ou pode bater na porta errada quando chegar no fim do corredor; nem sempre vai ser correspondido. Aliás, na maioria dos casos, não é.

O que essas pessoas que não correspondem não sabem é que elas são sortudas de ter quem as ame e ter uma pessoa que por ela tudo faria. É experiência própria e eu cheguei nessa conclusão por 'viver' uma mentira que eu mesmo inventei e, quando cheguei a desabafar com a pessoa que eu queria - ou quero, sei lá - a pessoa tratou meu sentimento como algo que não fosse válido, que não servisse para muita coisa e isso realmente a fez descer no meu conceito e me fez ter vontade de dar um jeito de sumir com ela da minha vida; passou rápido.

O pior é que a vida inteira iremos com uma super sede no pote e, quando chegarmos lá, constataremos que não há água nem gota nos esperando e por isso acabamos na vontade. Minha teoria de amar quem te ama talvez seja a mais válida, mas ao se tratar de algumas pessoas o fizeram - ou fazem - passar por momentos não tão agradáveis molhados pela sua própria lágrima, tudo vai se esclarecer e você vai poder escolher entre ficar com quem te faz triste ou ficar sozinho onde ninguém mal o fará.A conclusão de que a felicidade não é desse mundo é o melhor fim que eu poderia dar para esse texto.

sábado, fevereiro 14

ela.

Eu simplesmente tenho a pessoa que eu jamais poderia ter que querer do meu lado, é bom saber que irmãos não servem só pra te tirar do sério e servem de vez em quando pra te dar um apoio moral e dizer que estão lá com você e por você, mesmo quando nem você acredita que tudo vai dar certo no final.
Ela tem me impressionado muito, ela tem me aconselhado muito, ela tem me defendido e ajudado muito e não sei o que fazer em troca; ela sempre foi importante pra mim e sempre deixou claro que se eu precisasse dela, era só eu dar um toque que eu teria seu apoio incondicional. Por algum motivo achei que não fosse verdade, mas era.
E que bom foi.
Obrigado por ser minha irmã, por me proteger do meu próprio medo do escuro, por me acusar e apontar meus erros e me parabenizar pela coragem de assumir a personalidade que tomei nessa vida; obrigado pelos conselhos profissionais e pessoais, obrigado por existir e me fazer querer existir.

eu amo você, minha irmã.

quarta-feira, fevereiro 11

e tal

Não é bom, não está sendo bom. E não é mais difícil dizer que não estou bem. Chego a achar que sou bipolar; consigo já passar horas sem pensar em alguns aspectos e algumas pessoas mas, quando lembro, aparento estar sendo torturado com uma agulha no meu peito que me espeta sem parar por minutos intermináveis.
Você já se sentiu arrependido por ter dito algo que cedo ou tarde você iria ter que dizer? Iria preferir ser torturado pelas pontadas de angustia ou pelo arrependimento de não ter dito nada?

Acho que fui corajoso, acho que fiz a escolha certa.
E não tenho muito o que falar disso.

sábado, fevereiro 7

fuck you

Acredite quando eu digo que não quero mais te ver; acredite que não sou tonto e que o que eu sinto pode acabar mais fácil do que você pode pensar e acredite que minha emoção se esgotou. Acho que eu preciso fazer umas ofensas com minha habilidade de escrita, acredito que preciso falar coisas que estão entaladas na garganta e creio que tem gente que vai dar gritos de aleluia quando verem que não estou mais quieto esperando a morte passar.
O legal é quando a gente tenta ajudar e recebe patadas gratuitas por isso, o legal é dar uma de bonzinho e ser mal interpretado; o legal é fazer o máximo pra ser indiferente e as pessoas darem um jeito de dar uma cavada no seu coração pra rasgar um pouco das artérias. O legal é quando você faz o máximo pra ser valorizado e a pessoa não liga pra isso; melhor do que isso é a pessoa jogar na cara o que você sente por ela e fazer piada disso.
Não tem nada melhor do que tentar ajudar e ser tratado como quem quer o mal; se é pra isso, pra quê pedir conselhos? Não é melhor calar a boca e ficar quieto do que sair ofendendo gratuitamente?
Caso sabe-se lá quem fodeu tua vida é bom saber que eu não tenho culpa disso, quem estava precisando de conselhos era eu pelos meus problemas e quem acabou sendo o conselheiro fui eu, mais uma vez.
É bom a gente ressaltar que as pessoas só lembram-se da gente quando precisam, é bom lembrar que as pessoas gostam de usar a gente como um lixo orgânico que se podem largar ou depositar problemas que a gente vai saber dar um fim neles e colocá-los na cesta de lixo correta. Eu acho que minha paciência já deu, eu não vou mais tentar fazer nada.
Não vou nem mais deixar rolar, tem gente que não merece a atenção que tem e essa gente ainda não percebeu a coisa especial que está deixando passar. Eu não estou me achando, eu estou me valorizando: sei que os valores que meus amigos me atribuíram me servem de lição no final, eu fui um tonto!
Sou e fui um filho da puta por não ter falado nada diante dessas palavras de baixo calão, eu cansei de ser o imaculado e cansei de fingir que eu gosto do jeito que ele me trata porque no fundo todos sabem que é só fachada, é só um rei na barriga.
A minha vez de falar vai chegar e é bom se preparar para os meus estupros verbais.

segunda-feira, fevereiro 2

acorda, merda!

Me dei conta de que não posso ser um bobo que corre atrás de quem não me quer.
Descobri que se eu não souber separar sentimento de indiferença eu não vou a lugar nenhum e é justamente isso o que anda acontecendo, me encontro num ciclo onde eu tenho muito sentimento pra quem me trata com muita indiferença.

com o que eu sonho, alguém me diz?

sábado, janeiro 31

vento

e quando se der conta de tudo o que estou passando, o tempo se mostrará irreversível e não será o melhor amigo e nem mostrará o melhor caminho para seguir.

Tudo caiu.
seu conceito, seu sentido.
sua boca e conteúdo
meu amor e a discórdia.
Tudo caiu.
meu orgulho e minha prece
meus segredos e defesas
meu anjo e meu capeta.
minha máscara, meu sabor.
Tudo caiu.
Meu tapete foi puxado.
Caí na areia movediça.
impuxado contra o mar.
e cuspido contra a terra.
Tudo caiu
minhas cartas já chegaram
o destino se fechou
a remetência se matou
e as fotos envelheceram.
Tudo caiu.
Minha dignidade.
Meus meses perdidos
Meus sentidos
e minhas lágrimas.



não sei acreditar que vou ficar bem no final.

quinta-feira, janeiro 29

só pra constar

descobri que a boca também pode ter espinhos e que frases podem ter sentidos irreversíveis.





é só refletir, isso vale pra todo mundo.



solução.

Passei a escrever muito mais depois da rejeição do que antes dela, a gente aprende a se colocar no lugar de onde nunca deveria ter saído. Mas me sinto na obrigação de fazer isso, me sinto na obrigação de colar os textos que o escrevi mas que não consegui mandar. Acho que não mais vou ficar escrevendo sobre meu 'amor' platônico, isso não me adianta de nada.
Vou escrever de outras coisas, sei lá; aquecimento global, suicídio, homicídio, sexo e coisas mais interessantes.

a superessência vai acabar passando e acabarei achando que o que sinto por ela vai se tornar tarde pra voltar, descobri coisas das quais não me arrependo de ter descoberto.
Mas tudo bem, não vou deletar nada do que eu escrevi porque tudo o que escrevi é verdade e é a parte do meu presente - a única parte, por sinal - que não quero fugir.
acho que pelo menos 'uma' pessoa vai sentir falta do que escrevo, embora nem ela admita que sente essa falta. Talvez ela nem saiba ainda.
Vou colocar meu texto, um dos meus 'preferidos'.


Atitude.


"Não se atreva a querer me parar, não se atreva a dizer que tudo o que sinto não passa de um momento da minha vida e não se atreva a me forçar a não querer acreditar que o que você sente não é o mesmo que sinto agora; eu vou seguir em frente, não vou mais voltar atrás e a partir de agora eu vou assumir meu sentimento, vou assumir que tudo o que sinto faz parte do meu crescimento e que seu sentimento está me fazendo viver pela primeira vez.
Você sabe misturar medo com prazer, você sabe me deixar extremamente impulsionado apenas com o fato de me ignorar e sabe fazer isso de uma forma extremamente perigosa. Tento ser de ferro, mas sou carne; uma carne ainda limpa, mas que por você se tornaria podre.
Eu vou tentar fazer o que for preciso pra te puxar mais pra minha vida, vou tentar sugar o máximo que eu puder de você e vou saber usar seu defeito contra você pra te fazer apaixonar por mim também e – mesmo que você não esteja – estou a fim de gritar “truco” na sua cara pra ver se sua resposta vai ser um blefe ou não; é um jogo do amor, sim. Que vou atacar com todas as minhas garras pra ganhar você como um prêmio, o meu prêmio.
Eu quero você e você tem que saber disso.
E se mesmo assim você tem dúvidas das minhas intenções, leia direito:
Eu arrego. "



e se eu não tivesse arregado, eu não teria me ferrado e não teria a certeza de que o agora, o antes e o depois infelizmente continuarão sempre os mesmos.

a presença, mesmo presente, faz falta.
tentação.
coisas precisam ser feitas e ditas.

quarta-feira, janeiro 28

falsidade

Eu me pergunto o que leva a uma pessoa sair por aí dizendo que ama a outra apenas por ter saído duas ou três vezes com ela, quando elas ainda não se conhecem como devem se conhecer antes de sair dizendo essas palavras; acho que essas palavras são sagradas, não são 'permitidas' a serem ditas com essa facilidade.
Eu amo você é uma coisa relativa, é o tipo de frase que eu quero ouvir e sentir meu coração palpirando de felicidade, é a frase inesperada do momento inesperado.
E saber que ' quem te ama ' diz que ama mais pessoas no mesmo ano, na mesma semana... É no mínimo estranho, não é?

A tentação de dizer um ' eu te amo ' é grande, é imensa. Digo por mim, se tem algo que consigo segurar e manter é essa frase maldita porque meu orgulho é maior do que tudo nesse mundo; se bobear, é até maior do que o amor.
E eu não sei nem porque estou falando isso, eu não estou amando!
Estou apaixonado, estou num momento e numa fase extremamente novas na minha vida e tudo o que sinto faz um bem imenso dentro de mim e, embora eu saiba que não é recíproco e embora essa pessoa nunca tenha me iludido, nada me impede agora de ter um pouco de receio e raiva dele.

parece até normal isso, estou na fase de pós-parto e estou conhecendo novas pessoas e novos sexos.
vou pôr uma arma na minha cabeça e fazer a balança decidir o que é certo.

sábado, janeiro 24

batalha de lágrimas

Sou uma batalha de lágrimas, até meus olhos disputam quem consegue produzir a lágrima mais salgada. Meu nariz inspira o cheiro exótico das secreções e a mão agradece, por ser a única conselheira do momento pra se meter no meio e fazê-las parar de cair. Vou tirar umas férias e voltar pra minha vida de verdade.


"O que quer que aconteça
Eu deixarei tudo à sorte
Um outro ataque cardíaco
Outro romance fracassado
E continua, alguém sabe para que nós estamos vivendo?
Eu acho que estou aprendendo
Eu preciso ser morno agora
Em breve irei virar a esquina
Lá fora o amanhecer quebrantece
Mas por dentro ainda está escuro
Estou doendo de liberdade"

O show deve continuar!

quarta-feira, janeiro 21

pós-parto

Não sei se o pior é o antes ou o depois, até porque eu sei que o antes sempre e nunca existiu e o depois continua o mesmo, continuo sentindo a mesma coisa e isso é algo que não vai mudar - pelo menos não tão cedo, não tão aparente.
Eu me abri o suficiente pra ver que o que eu sinto é algo bom e prazeroso e realmente eu não me arrependo disso; se eu tivesse outra escolha, uma escolha de ter passado pela vida sem tê-lo conhecido e sem ter sentido o que estou sentido, eu jamais mudaria. Jamais.
Não me arrependo de nada que eu sinto, não me arrependo do medo que senti e não me arrependo do tempo que esperei pra não ter a resposta que eu queria. Só que o inevitável, mesmo que ele tivesse pedido para eu não o ter, vai acontecer : vou ter vergonha e não vou mais conseguir conversar com ele como antes. Isso nunca vai acontecer, não depois dele ter descoberto os segredos que eu segurava com tanta força na palma da mão.
Ainda não consigo acreditar que ele não sabia, não consigo acreditar na confusão que fiz na cabeça dele e essa é a única parte em que me sinto culpado porque se eu for ver em relação a mim mesmo, isso não vai me deixar culpa porque mesmo tendo uma resposta 'negativa', o que eu fiz eu teria que fazer alguma hora porque ele provou ser mais forte do que eu esse tempo todo, mesmo 'ignorando' tudo o que eu dizia e mesmo não gostando de mim do jeito que gosto dele.
E fiz um apelo, pedi apenas a nossa amizade. Não vou conseguir fazê-lo, é óbvio. Mas vou tentar. O melhor de tudo que me fez sorrir foi saber que eu não estou mais em guerra comigo mesmo por não saber assumir pra ele tudo o que sinto.
E que embora todos os meus sonhos onde ele é a estrela principal continuem a povoar minha cabeça, minhas lágrimas vão cair até onde eu puder suportar e quando não tiver mais de onde sair eu vou parar de sofrer por ele e vou ver que o que aconteceu realmente foi o melhor para nós dois.
Nesse pós-parto, eu me sinto com um corte na barriga mas ao mesmo tempo sinto uma paz interior.
E é essa paz que me faz ter certeza que mesmo como amigo, quero essa pessoa comigo por um tempo indeterminado. E que se não posso dar a ele o que eu quero, vou fazer o mais próximo disso sem cobranças, sem forçar e nem nada. Quero-o naturalmente.
Mas garanto que nos próximos tempos não mais o chamarei para conversa, vou me sentir a pior pessoa do mundo porque sei que vou virar um pimentão se ele falar comigo e sei que meu coração vai bater mais forte.
Mas é inevitável, faz parte da vida e do que sinto.
E eu não trocaria nem mudaria esse sentimento por nada nesse mundo; NADA.

fica em paz, me desculpa.

terça-feira, janeiro 20

Verdade

Se eu fosse escolher uma cor para a morte, eu escolheria o amarelo. Não devo ter motivo nenhum pra essa cor e o mais próximo de um motivo que eu poderia escrever é que eu não gosto dessa cor, tenho nojo do amarelo e como a minha própria teoria diz, já basta o sol ser amarelo e brilhar todo dia. Não preciso me vestir dessa cor e não preciso gostar dela por isso.
E a relação do amarelo com a morte? Bom, pelo menos pra mim ela é simples porque assim como eu não gosto quando vejo o sol amarelo todo dia, não gosto de ver as pessoas morrendo todos os dias e principalmente odeio quando de vez em quando o amarelo forte da morte bate perto do meu peito tirando alguém importante de mim pra sempre.
Tudo nessa vida tem uma relação com as cores, tudo que vejo nesse mundo tem a ver com as cores e me vejo de uma forma diferente do que os outros pensam, não vou padronizado dizendo que o vermelho é a cor do amor e o branco a cor da paz porque pra mim não é assim. A cor mais próxima do amor que posso encontrar é o preto e – não se surpreenda! – é minha cor preferida, é a cor que acompanho todo dia em pelo menos uma parte do meu vestuário – mesmo que a cor da cueca, carteira, cinto. Mas o preto está sempre lá, marcando presença nas horas mais importantes e tristes da vida; talvez não seja somente a cor do amor e sim a cor da presença, da onipotência.
As cores da competência me fazem pensar e me fazem refletir mais uma vez que tudo o que sinto têm relação ao humor, a criação que tive desde criança e às proibições que sempre tentaram me fazer seguir. Na verdade, acho que tem gente que tem que se tocar que a coisa não funciona assim e que desde criança temos a curiosidade de descobrir o proibido e, na falta que vocês me fizeram me proibindo de gostar de qualquer coisa relacionada ao coibido, descobri por conta própria e agora já acho inevitável a conversão do que eu fui um dia antes, do que eu fui dez anos atrás. O garotinho de vocês morre aqui, nesse texto, falando as coisas mais banais que existem e fazendo as cores da natureza darem sentido e sentimento a vida.
Não sei como voltar e não me interesso a voltar, mas eu sei que, se eu tentar, o único lugar que vou chegar vai ser em um deserto perdido dentro da minha própria cabeça que não vai me dar resposta nenhuma que eu busco; não vou deixar pra depois, não vou mais desistir de querer que minha vontade faça sentido e dê vivacidade a minha vida. Não é pela primeira vez que eu descubro isso, mas é a primeira vez que eu assumo que estou tão decidido quanto nunca na minha decisão e que ela vai ser a única que vai me fazer feliz – vai fazer feliz, no meio do turbilhão de brigas e emoções que virão por causa dela. Sabe, eu realmente me importo e realmente sinto medo do que vai acontecer comigo por causa das minhas decisões, mas mais forte do que meu medo é a minha vontade de ser feliz com minhas cores e minha vontade de jogar tudo pro alto pra provar pra mim mesmo que posso ser feliz com o inusitado que poucas pessoas escolhem.
O sono vai me envolver e vai me dar a leve impressão de que tudo vai começar novamente, me fazendo acordar e esquecer o que sonhei só para eu não me preocupar e não confundir a vida que eu vivo com a que vivo no sonho; parece real, parece gostoso. E é inevitável não sonhar e por isso eu me rendi aos próprios encantos da vida, me rendi a viver em cláusulas e a partir desse momento vou me segurar e vou fazer o necessário pra pensar menos nos outros e mais em mim.
O meu momento vai chegar, o amarelo um dia vai chegar à minha vida da forma mais inusitada possível e isso eu não posso evitar; a única coisa que vou fazer antes disso é me certificar de que tudo o que eu vivi teve um sentido único e transversal na minha vida, que me fez ver que tudo o que eu vivi até aquele momento valeu a pena e que eu passaria pelo sufoco e pelas brigas da vida novamente só pra ver o sorriso de quem eu amo, o sucesso da minha carreira, o meu livro pronto e com sucesso – porque esse é o sonho da minha vida – e todas as felicidades que eu sei que eu posso buscar se eu for atrás do meu sonho.
Sou novo ainda, não fiz nem vinte anos ainda, mas eu me sinto como se eu fosse dono das minhas próprias atitudes e – embora muita gente possa dizer que o que eu sinto faz parte da minha idade, do crescimento dos meus hormônios e do ‘tesão’ por tudo, eu não vejo isso.
Quer dizer, até vejo; eu vejo que estou em fase de crescimento e que meus hormônios tomam e dominam a minha cabeça, mas ao mesmo tempo eu vejo que ainda tenho cabeça o suficiente pra tomar conta dos hormônios e decidir quando usá-los e, melhor, se vou realmente usá-los.
Meu Deus existe em algum lugar, mas não é o Deus crítico que todos olham por aí; não acredito em bíblia, não acredito em doutrina religiosa e não acredito que o mundo vai acabar um dia porque o ‘apocalipse’ ou sei lá o que vai dominar. Eu rio com essas idéias e rio ainda mais por terem pessoas que acreditam na palavra que homens escreveram. Os homens não sabem nem o que vão comer no dia seguinte; o que os fazem pensar que podem definir o fim do mundo?
É a confusão da mente e tudo que me faz querer reavaliar o mundo da forma que eu quero que ele seja, vou fazer o mundo pensar mais em mim e não vou mais fugir dele porque não sou nenhuma vergonha e, caso o mundo sinta vergonha de mim, ele que fuja. Que fuja de todo o sentimento que tenho a respeito dele e de todas as pessoas que estão ao meu redor; cansei de viver um faz de contas.
A vida está começando, sou a principal personagem.
E pela primeira vez não sinto medo disso!

segunda-feira, janeiro 19

não vou mais ignorar.

Sou uma pessoa que se ilude, que se confunde e que esquece facilmente. Só que eu queria que essas 'qualidades' fizessem mais efeito agora, quando me encontro inteiro e completamente apaixonado por outra pessoa que - pelo que tudo indica - sabe o estado que estou e, indiferentemente disso, não se manifestou (?).
eu não o faria também, eu não me manifestaria.
não mesmo..
mas eu me sinto triste, por saber que tal pessoa pode estar 'escrevendo' nas entrelinhas para outra pessoa a não ser eu; e isso acaba comigo. Sei lá se ele lê esse blog aqui, sei lá se ele sabe que existe; quer dizer, até sabe que existe.
mas acho que não guardou, porque o nome é mais complicado do que a pessoa que escreve. hahahaha.

se bem que o que sinto não é complicado, é normal; o que isso causa é que é o problema.
não quero ser um chato, mas não quero ser um banana e essa não é minha intenção. E nem quero cobrar nada, quero só a atenção e o tempo que preciso pra vê-lo.
não vou me fazer de atriz, já chegou e já passou da hora de eu revelar o que realmente sinto; guardo isso desde a vez que o vi pela primeira vez no show que teve aqui perto de casa no parque central e, desde então que tivemos poucas e longas conversas o que sinto vai crescendo em uma dimensão estrondosa; eu não me meti, nunca falei nada porque ele era comprometido e me meter no meio de relacionamentos é a última coisa que quero fazer, se eles querem terminar que não seja por minha culpa.
E também foi difícil ficar dando conselhos como se eu fosse um 'terceiro amigo' interessado no bem-estar dele. Ele foi um pouco burro, se me permitem a expressão; eu não queria ser o conselheiro, queria ser o ' ele ' que completa os momentos de felicidade.
eu simplesmente já não posso ignorar o fato de gostar tanto dele assim; ou melhor, eu posso; só que só vou ficar assim por mais tempo.

não quero ser o chato, nas últimas vezes quem tem chamado pra conversa tem sido eu e dou o livre arbitrio de falar comigo somente se quiser, porque eu deixo claro que quero.
e quero muito.
[ e é por isso que não o chamo toda vez que entro, embora minha vontade me empurre para isto ] .

o orgulho, é claro, bota conceito na minha cabeça.
e vai continuar botando, até eu me declarar o suficiente pra me ver feliz (y)
ou vê-lo.

quarta-feira, janeiro 14

' ele '

Alguém liga pro que eu penso?
É, certamente existem algumas pessoas que realmente se importam comigo e que sofrem por saber que estou sofrendo, mas a maioria delas me fariam sofrer mais por saberem porque estou sofrendo.
Desisti da idéia maluca do meu último post de tentar fazê-lo gostar de mim e, depois, fingir que nada aconteceu porque sei que não sou capaz de uma proeza dessas; eu nunca faria nada de ruim com essa pessoa.
Pelo contrário, é porque quero o bem dele que me afasto. Sou uma pessoa complicada, com problemas normais de quem passa por essas transformações da vida e não sei se eu seria adequado para ele nesse momento de recaída na minha vida que - inconscientemente - já faz um bom tempo e sei que ainda vai fazer um tempo ainda maior.
Eu sei que ele sabe que é dele que tô falando, mas conversa cá e conversa lá eu decidi que o melhor é eu desistir da própria decisão e deixar o que acontecer, acontecer. Não vou mais correr atrás e sentir o ar de indiferença [ mesmo que não seja propósito da parte dele ] depois de ter lido e comprovado de todos os modos que ele me queria, mesmo instantaneamente, mesmo que naquele momento!
Depois de um estudo mais 'meticuloso' sobre ele, eu vi que ele é uma pessoa de momentos, que age pelo que a ocasião manda e - mesmo que seja mentira - me disseram que as coisas que ele diz são momentâneas, que passam depois que ele diz e que é como um ' como se fosse a primeira vez ', dizendo algo que me faz ter esperanças e agindo no outro dia como se nada tivesse acontecido.
Não o culpo, embora eu ainda ache que eu tenha sido um pouco superestimado; essa foi a primeira pessoa na minha vida que eu tanto quis ver pessoalmente, que tanto quis tocar e conversar; nem que não fosse pra beijar, e sim pra ficar parado igual um tonto olhando pra cara dele esperando pra quem vai ter a iniciativa de ter a primeira conversa, de dar o primeiro oi.
Sabe, ele me passa uma imagem de equilíbrio que eu não tenho, me passa mais experiência apesar da 'pouca' idade - e olha quem fala, nossa idade é praticamente a mesma - mas como muita gente ainda diria por aí, o que eu sinto agora pode ser coisa do momento, de fase porque eu estou crescendo e quero tentar tudo de todos os jeitos.
Não, eu não quero tentar tudo.
E não quero tentar de todos os jeitos.
Essa fase é a fase de quem quer se drogar pra ver se é bom, que quer ficar bêbado pra ver até onde suporta, que quer ir pra cama com todas as pessoas todos os dias pra ver quantas vezes 'consegue fazer direito' até ficar impotente e sumir de casa sem rumo predestinado.
Eu confesso que a última opção é a que mais me atrai e me sinto mais maduro por pensar que eu nunca passei por essas fases, nunca quis ser um 'diagnosticado' que se curou depois de tomar os tapas da vida e ver que é bom viver no pianinho; não, não sou assim!
O que quero é claro, quem eu quero mais ainda: não cito nomes.
Por quê não?
primeiro, porque não sei se é recíproco e por isso não vou ficar atacando tudo pro alto pra gritar o nome dele.
segundo, que tudo o que sinto são coisas minhas que passam na minha cabeça, na minha mente e que lá ficam, me fazendo desligar de todo o mundo exterior só pra ouvir os desabafos de vida ou as novidades mais ridículas que possa ter.
e terceiro, que por mais que eu queira, esqueço de tudo a qualquer momento quando vou fazer qualquer coisa; até louça outro dia eu quebrei quando eu tava lavando, distraído pensando nele.
E até o sono perdi.
E até a concentração do filme.
E a meada do livro.
E esqueci de mandar mensagens que prometi para outras pessoas.
E esqueci das tarefas.
E caiu a nota.
E voltou a nota.
E desapaixonei.
E me apaixonei denovo.
E suportei as crianças do trabalho porque pensava nele.
E ri que nem um bobo aqui em casa e, quando alguém perguntava se eu tava apaixonado, eu mentia.

Ninguém ia me entender, mas sei que ele me entende; mesmo que não queira, ele me entende.
E tem medo de assumir que o que ele sente é o mesmo - ou até mais - do que eu. Não conheço ele o suficiente, mas sei o suficiente de uma pessoa pra saber quando ela tá falando a verdade ou a mentira.
Não tem maquininha que descubra isso, não tem polígrafo; eu sei, simplesmente sei.
sou bom em mentiras e essa é a minha vantagem.
mas não sou bom em mentir pra ele e talvez por isso eu tenha me afastado.

me afastado por não aguentar conviver com a mentira que eu mesmo criei.
que vontade de te dizer isso!