sábado, abril 18

Eu simplesmente não sei mais no que pensar. Passei a acreditar de que eu não sentia mais nada pelo 'passado', mas o passado ainda se faz presente quando o vejo preso em uma jaula que eu mesmo criei; isso me tira a compreensão, me faz pensar que não sou eu quem está no controle e sim ele, mesmo dentro daquela cláusula perdida.
Eu mudei muito, eu não morro mais de paixão por alguém que nunca se importou comigo; eu cresci, fui obrigado a fazer coisas que eu hoje me arrependo - não pela falta de contato e sim porque acho que fui meio ridículo em certos aspectos. Quis mostrar superioridade mas apenas mostrei sentimentos egoístas. Hoje eu me olhei no espelho, tirei fotos e simplesmente descobri que eu não estava do jeito que eu julgava estar. Meu olho se entristeceu e utilizou de um charme místico que até eu mesmo me encantei; li textos antigos, textos que eu deveria ter mandado para a pessoa que eu não demorei a me apaixonar mas que demorei a desapegar. Fiquei com ódio, era tudo tão limpo, lindo e aceitável; era uma paixão tão pura, tão inocente e vazia de qualquer sentimento escrupuloso que nem eu mesmo pude acreditar; depois do ódio, me vi feliz - não por ter me apaixonado - e sim por ter escrito coisas que eu queria que me fossem escritas. Hoje eu estou bem, mas quando fui cavar por essas besteiras bateu um desespero interno que pulou desesperadamente na primeira oportunidade.
Há outra pessoa que anda me encantando, mas o medo do erro me consome mais do que a vontade de que tudo dê certo; sou pessimista, isso é ridículo. Eu não deveria fazer as coisas assim, é praticamente dar atestado de óbito antes mesmo de se ter um falecido. São apenas experiências que não foram bem vividas, são histórias que eu mesmo não quis participar.
São coisas que, sei lá, a vida exprime como se fossem uma laranja onde o bagaço é simplesmente o começo da vida.
Eu não me cansei... simplesmente acho que estou limpo de qualquer coisa que tenha passado por mim antes; não sinto ódio dele, mas também não sinto amores. Sinto-o como se ele fosse alguém normal, como se eu sinceramente não o conhecesse. Não consigo - por mais que eu tente - sentir qualquer traço de afinidade. Nem ao menos consigo sentir desprezo!
... só preciso descobrir se isso mudaria se eu tomasse alguma outra atitude.

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