domingo, junho 21

Quero me sufocar, mas não é de raiva. É de alegria, é o sufoco nervoso que faz com que a falta de ar seja simplesmente o que ela realmente é: uma falta de ar.
É um sufoco de alegria que faz com que você pule de felicidade, faz com que você se torne mais vaidoso do que você já é e faz com que você perca a pouca noção de tempo que você tem.
É um sufoco que faz você se perder, que faz você procurar por coisas loucas e bonitas e faz você ficar falando em círculos repetidamente.
Você se torna redundante e, com isso, acaba se tornando dispensável. Mas essa não é a parte ruim, porque a parte boa é muito melhor que isso: você se vê não somente como um líquido que encontra o recipiente perfeito, mas aceita a sua condição de inutilidade. Você se vê como você realmente é e não liga para o que os outros pensam. Você aceita, convive e é feliz com isso.
E não encara a verdadeira realidade da vida que você mesmo criou sem saber.

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