sexta-feira, junho 20

vontade de gritar

Por mais que as pessoas falassem que o mundo estava perdido, eu sempre tinha a mania de insistir que ainda havia chance para todas as pessoas, que o mundo não estava tão perdido assim e que tudo era apenas uma forma de expressão um tanto quanto exagerada.
Talvez seja por isso que eu tenha vontade de gritar, por descobrir que eu não vivo dentro de um campo de flores ou por saber que a realidade alternativa que eu vejo dentro dos meus desenhos são puramente falsas e inóspitas.
Quinta feira [ dia 12 ] tentaram me assaltar e, conseguiram. Levaram meu óculos e tive que voltar para a casa com a visão comprometida; passei uma semana sem enxergar dois palmos a minha frente porque o óculos demoraria para ser feito e, hoje que eu o peguei, fui assaltado mais uma vez. Nada de grave aconteceu, é claro... Mas eles não levaram nada e, além de tudo, me ralei todo por eles acharem que eu sou marionete para se jogar em todos os cantos.
Foram uns dois minutos... Minutos terríveis que pareciam virar horas, que nunca acabariam. Eu não me importava com o que iria acontecer, mas eu percebi uma coisa... Semana passada, me levaram uma coisa mas não fui machucado.
Essa semana, nada levaram, no entanto, fiquei com algumas feridas leves. Sei que não vai ser sempre assim e que eu não tenho que esperar ele sacar a arma pra mim reagir se devo ou não devo passar o objeto que ele quer, mas sei que não posso ser tonto e arriscar a minha vida que tem muito mais valor do que o objeto em questão. Entrei em um certo colapso interno, pensando em coisas horríveis e em subjetivos que me fizeram entrar em uma crise nervosa e, chorei...
Chorei como há muito tempo eu não fazia antes. Mas não era da dor, porque eu só fui perceber que me machuquei porque me avisaram e, como todos sabem, a dor é psicológica e ela só se manifesta quando percebemos.
Mas meu choro foi um choro sem classificação e que, sem saber exatamente porque, eu o fiz. Me impressionei com uma amiga minha que eu julgava ser chata e que não se importava com as pessoas, mas ela foi a única que, com todos os seus defeitos, mostrou-se disposta a me ajudar quando tudo para mim parecia não ter solução.
- não quero esperar isso acontecer denovo e pensar novamente se devo passar meu item valioso - ou não - e não quero chorar por mais defeitos que encontrei nas pessoas achando que elas eram perfeitas.
Acho que estou aprendendo a viver [ não somente as coisas boas. ]


- só pra constatar, vou acabar virando racista.
preciso dizer por quê?

cuide-se.

3 comentários:

uma grande menininha disse...

bem-vindo ao clube dos assaltados.
e essa dor psicológica é mesmo a pior coisa que alguém pode sentir, parece que tiram te algo sem que você possa fazer nada que traga de volta. claro que bens materiais somos capazes de comprar.

[ nossa dignidade fica aonde.? ].

beijo.

Eduarda Petry disse...

Nossa, eu nunca fui assaltada pra saber que sensação é essa, mas tenho idéias (não muito exatas) na minha cabeça. Penso que a dor psicológica, o trauma, seja maior que a perda material. E isso em qualquer área da vida de todos. Até mesmo dos que acham que dinheiro é tudo. Porque não é. Nós somos tudo. A nossa alma, mente e coração, nada mais.

[ teamodemais ]

Anônimo disse...

:)
Léo,

Congratulations!

One more time..
RS,

To com tantas saudades..hoje passei aqui pra ver se diminui esse buraaacão dentro de mim ( q não é de fome, pois acabei de jantar)lendo seus textos, e imaginando vc contanto eles pra mim na sala..
Voce faz faltaaaaaaaaaa


Te amo sempre!

Beijos


Ps:

NAHANHAHANHAHANHANHA

BEIJOS ME BIPÁ