sábado, agosto 25

tolerância tem limites

Tolerância tem limites.

Hoje é sábado, mas vou falar do que aconteceu na quinta-feira.

[noite.]
Intervalo da escola.
Sem muitos detalhes, a partir do intervalo houve atos decorrentes de brincadeiras ofensivas contra a minha pessoa e eu sou do tipo daquelas pessoas que é muito calma e demora muito para perder a calma. É, mas quando perde, eis que nem o Diabo agüenta.
Acho que eles eram em... [contando] três a cinco, se não me engano. E eu estava tentando deixar a situação bem natural, mas eu não estava gostando nada daquilo. Em um momento, até tentei entrar na brincadeira – sabe aquela história “se não pode com eles, junte-se a eles”? – então, pensei isso na hora.
Mas me enganei muito legal... acho que todos temos a capacidade de enfrentar quem quisermos, não importando a quantidade de pessoas ou ouvintes que se deliciam com as histórias muito criativas dos cômicos. De certa forma, eu não tinha vantagem alguma, porque eu era o alvo daquilo e as pessoas que estavam olhando esperavam mais dos engraçadinhos do que eles estavam fazendo.
Mas como eu não me acho tão idiota quanto eu pareço ser, eu fiz o feitiço virar contra o feiticeiro e quem virou alvo de risos foram eles (um em especial.).
Não me pergunte como eu fiz, porque nem mesmo eu sei! Acho que nos momentos que me irrito, tenho um “super poder” que me dá asas e forças para dizer o que eu devo na hora certa.
Nessas horas eu me imagino sem o super poder.. o que seria de mim sem ele?
Na verdade, eu pergunto o contrário:

O que seria do super poder sem mim?
Ao certo, quem o criou fui eu.
E me sinto muito mais forte para enfrentar as pessoas sabendo que já tenho minhas próprias palavras perfurantes na ponta da língua. Vou confessar uma coisa que eu nunca confessei para ninguém antes: eu sempre tive medo das pessoas. Sempre as respeitei com medo de que algo acontecesse, sempre fui – literalmente – um medroso e se eu parar pra pensar, eu ainda continuo sendo. Mas o meu medo é da atitude das pessoas referente a algo que eu possivelmente poderia dizer.
E ultimamente eu tenho perdido esse medo, me sinto livre em relação ao que um dia eu fui. A minha liberdade de expressão não se compara com a liberdade que a televisão e a imprensa tem, mas é uma liberdade que só eu sei como é porque só eu tenho coragem de fazê-la.
Tem até muita gente ao meu redor que diz que eu mudei, que estou mais grosso ou que eu virei “mal educado”.
No fundo no fundo, só eles pensam que eu mudei, porque eu sei que não mudei. Eu sempre fui assim, eu apenas tive medo de me identificar, tive medo de ter atitudes que nenhuma outra pessoa tem e tive medo de revelar meus verdadeiros sentimentos em relação a esta ou aquela pessoa.
Minha boca me castiga, mas ela é a única que pode me consolar.
E por mais que diga para eu mudar, eu não quero perder a única coisa que me faz continuar. Encontro-me assim: inalterável e incompreensível.

(masembuscadaverdade).

Um comentário:

Unknown disse...

Sabe como é?
Eu acho que todos nós, filhos de uma égua, medrosos e excluidos retardados que servimos (ou servíamos) de badecos e programa cômico de TV pra esses valentões sem cérebro temos esse poder especial...
Lembro-me que eu aceitava tudo, hoje já enfrento de cabeça erguida...

Não mudamos, aliás, mudamos sim, perdemos nosso medo infantil...

Amo-te mano...