sexta-feira, setembro 14

dois verbos.

Esse post eu pego como um "especial" para um grande "especial" que aconteceu, há alguns anos atrás. É tão ridículo - e ao mesmo tempo assustador - saber que um ato de segundos podem alterar todo o percurso do mundo e podem mudar tantas vidas, sendo marcado como uma data especial "comemorada" em todos os anos, quando chega no dia da desgraça.
Eu não quis escrever no dia do acontecido, porque pra mim, isso seria uma comemoração, por mais triste e horrenda que tenha sido a situação.
Esse atentado, que matou muita gente, não teve mudança, não teve significado, não teve sentido e nem trajeto. Só aconteceu por acontecer... Bateram nas torres, elas caíram e pronto.
A culpa é de quem estava lá...haha.
engraçado, né? mas é sério, eu já vi gente pensando isso. Já vi coisas horríveis que me arrependi de ter visto. Já vi coisas que tenho até medo de ver de novo e tenho certeza que ainda verei coisas das quais eu vou guardar pro resto da minha vida, com a absoluta certeza de que eu não quero - não quero e não quero! - lembrar desses fatos.

... mas quem disse que a opinião de um simples garoto de colégio importa? Querer para ele é uma coisa. Mas poder é outra.
Quem quer, apenas quer.
não significa que pode. ou significa?

O querer que eu falo não é o desejo de comer chocolate no sábado, de ficar com aquela pessoa linda que você viu semana passada, de ser promovido ou de ser rico.
O querer que eu falo, não há escolhas. Você não tem que querer - infelizmente o verbo também tem essa classificação. Ninguém quer morrer, mas morre.
Ninguém quer morrer pulando de um prédio de sei lá quantos andares.
Ninguém quer morrer queimado.
Ninguém quer morrer com uma batida de avião.
Ninguém quer ser assassinado.
ninguém quer lembrar de atentados que acontecem, mas lembram.

Dedico esta mensagem àquelas almas que se perderam no meio de tanta briga, tanta batida e tanta escuridão. Espero que, se algum dia, essas almas voltem para cá e comecem a ter mais uma personalidade, elas tenham a capacidade de lutar por aquilo que elas não tiveram escolha - não por falta de querer, e sim por falta de poder.
minhas sinceras condolências, espero que essas pessoas encontrem a luz no meio de tanta escuridão.

Afinal, ninguém é perfeito.
E ao certo, quero ser ninguém!
[mas querer não é poder.]


~vontades de alguém já destruído.

3 comentários:

Unknown disse...

Existem momentos em que nossas escolhas não são nossas escolhas, pois não podemos escolher o que nos irá acontecer no próximo minuto.
Quando essas escolhas não são nossas, nós sofremos, porque fazer aquilo que não queremos nos leva, certeiramente, à morte.

No Duas Sinas tambem há uma homenagem.

Beijos.

Eduarda Petry.

Unknown disse...

Ahh...Tem um outro blog no qual postei uma homenagem-crítica:

http://sem-pre-conceitos.blogspot.com

Dodu disse...

É complicado falar sobre isto, algo que marcou o mundo assim como o muro de berlim, o comunismo ou a bomba atomica.
É incrivel como tem pessoas ainda tao irracionais a ponto de fazer isso. Irracionais não, racionais demais, porque sabia meticulosamente o que ia acontecer depois.
Infelizmente muitos pagaram com suas vidas.

Realmente, muitas vezes querer não é poder e muitas vezes queremos tantas coisas bestas e nao vimos que tem mais pessoas querendo coisas tao imprescindiveis que se colocasse do lado do nosso querer, teriamos vergonha.
O poder normalmente não está em nossas maos. = /